Isabeli Fontana se diz "fora dos padrões" da alta-costura: "sou uma mulher mais masculinizada"

  • Por Jovem Pan
  • 02/08/2018 11h47
Johnny Drum/Jovem Pan Modelo e stylist contaram histórias de bastidores do mundo da moda

Isabeli Fontana já esteve à frente de algumas das maiores grifes da alta-costura do mundo. Entram aqui Versace, Calvin Klein e até a quase inatingível Chanel. Sua carreira, no entanto, começou despretenciosamente lá atrás, em Curitiba, quando ela tinha apenas 12 anos de idade. E sabe como? Ela era uma menina “muito moleca”, então foi matriculada pela própria mãe em uma escola de “boas maneiras”.

“A minha vizinha falou para minha mãe que existia um curso de boas maneiras ali perto de casa para aprender a ser modelo. Eu era um moleque! Andava de skate, tinha um monte de cicatriz, andava com meus irmãos e meus primos. Eu achava que era um homem quase. Aconteceu que ela falou ‘vamos colocar a Isabeli no curso’. Eu era super menino, não sabia o que era isso. E acho que isso me ajudou muito na minha carreira, no meu ‘eu’ de verdade. Eu sou uma mulher mais masculinizada. Aí aprendi a fazer maquiagem, andar em linha reta, me olhar no espelho”, disse em entrevista ao Morning Show nesta quinta-feira (2).

Achou estranho ela dizer que se sente “masculinizada”? Então se prepara que vem mais. Ainda durante a conversa, a modelo declarou que já foi considerada (acredite se quiser) “fora dos padrões” pelos chefes de alguns trabalhos que encarou na Europa.

“Tenho várias experiências pessoais para contar. Já fiz dietas malucas para perder três quilos. Em Paris você tem que ser muito magra, pele e osso, para pegar os desfiles. Eu nunca me encaixei ali, não sou tão alta, tenho 1,77 m e na alta-costura o comum é mais de 1,80 m. Nunca fui esse palito. Sempre tive essa pressão, ‘se você quer alta-costura tem que emagrecer’. Já fiz dieta maluca de só proteína, sem carboidrato, mas fiquei tão ‘retardada mental’… Tive dor de cabeça, fiquei um mês e acabou comigo. Foi péssimo. Outra vez, quando eu ia abrir um desfile da Chanel, não conseguia entrar na roupa. Estava de TPM, inchada, com problemas pessoais. Não entrei e não abri o desfile. Falei ‘gente, como pode, a roupa é tão micro que nem entra em mim'”, contou.

“Já estava mais do que hora de começar uma abertura à diversidade, de as pessoas se sentirem englobadas na moda. Para alguns é natural ser magra, para outros é natural ser mais cheinha. O bacana é que o cenário está mudando. Essa diversidade está sendo mais aceita. No Instagram todo mundo quer ser perfeito, mas essa perfeição não existe”, completou.

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